Ex-militar condecorado pela sua participação na 1ª. Guerra Mundial e escritor premiadíssimo, o alemão Ernst Junger (1896-1999) teve uma obra e uma existência marcadas pelo oscilar entre a atitude contemplativa de esteta e artista e o engajamento destemido de guerreiro. Demonstram-no suas duas maiores obras, “Tempestades de Aço”, relato de suas experiências na Primeira Guerra e elogio à vida militar e do confronto bélico, e este “Nos penhascos de mármore”, publicado pela Cosac e Naify.
A história se passa em terras imaginárias: do alto de um penhasco, onde vivem uma vida de meditação e estudo, dois irmãos contemplam a cidade de Marina e suas regiões circundantes, ameaçadas por uma horda de bárbaros. Inicialmente, crêem que o mero poder da palavra e da linguagem poderá converter os invasores à civilização. Acabam, no entanto, por unir-se à luta física contra os invasores, aliando-se a um príncipe e um militar. Embora “Nos penhascos de mármore” seja frequentemente considerada um exemplo de um dos lados – o esteta – de Junger, é exemplo acabado de síntese do guerreiro e do artista que havia na obra e na personalidade do grande escritor alemão.
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