Há alguns dias, Vladimir Putin propôs uma aliança de líderes ocidentais, a Rússia e o mundo árabe contra o Estado Islâmico. E é o que, da sua parte, está pondo em prática.
Ontem, fontes russas, americanas e europeias afirmaram que a aviação russa já iniciou ataques aéreos contra o Estado Islâmico. Segundo outras fontes, ataques foram também desferidos contra os rebeldes sírios auxiliados pelos EUA – o que, na prática, significa ajudar o EI, mil vezes mais forte, bem armado e poderoso, que se beneficia enormemente da presença destes rebeldes contra Assad.
Putin não quer ficar sozinho por ali. Já convidou os EUA a se juntarem à Rússia e cortejou França e Grã-Bretanha. Com o Irã e outros países do Oriente, vem conversando há muito mais tempo. O lema de Putin é: todos contra o EI, apesar das diferenças.
Em artigo publicado no “Le Monde” hoje, Alain Frachon – jornalista especializado em Oriente Médio – aponta que a coalizão proposta por Putin esbarra num problema grave: a falta de interesse comum entre as partes envolvidas.
Em princípio parece um disparate; afinal, como pode haver dúvidas sobre qual o mal maior nessa questão? Bashar Al-Assad é um ditador, e dos violentos, que persegue, prende e mata seus inimigos políticos. Mas é secular: não persegue cristãos, não persegue ateus e permite que as mulheres dirijam automóveis, dêem aulas em escolas e saiam para dançar. Do outro lado, está o auto-explicativo Estado Islâmico. Ruim com Assad, pior sem ele.
Não para todos. Em primeiro lugar, é preciso entender como Assad é visto por todos os envolvidos na região. Aliado dos russos e dos iranianos, ele é detestado por boa parte dos muçulmanos sunitas (inimigos dos xiitas, que governam o Irã) e pelos israelenses (pela ligação com o Irã).
Frachon aponta que, “Visto do Cairo, de Riad, de Ancara ou de Doha, Bashar Al-Assad não é o cavaleiro branco de uma suposta laicidade. Ele é o peão avançado da teocracia xiita-iraniana na região – o diabo para os sunitas”.
Quanto a Israel, Frachon lembra que, para os dirigentes israelenses, o Estado Islâmico é considerado um perigo muito menor do que o Irã, país que dá auxílio militar e financeiro ao Hezbollah.
Conclui Frachon que a aliança de Putin é, sobretudo, retórica. Não há como unir em uma só voz tantos interesses em disputa e não será o sr. Putin que irá conciliá-los. Além disso, que a Rússia tem interesses, inclusive geopolíticos no local, é indiscutível; que a Síria é um local disputado por grandes potências, e sempre foi, também é.
E Frachon vai além: nem Putin, nem Obama têm uma estratégia viável para lidar com essa questão.
http://www.theguardian.com/us-news/2015/oct/06/doctors-without-borders-airstrike-afghanistan-us-account-changes-again#comments
Enquanto a mídia ocidental perde tempo discutindo se o Putin atacou quem deveria atacar, os EUA mudaram QUATRO vezes a “versão oficial” do ataque ao hospital dos MSF.
Aqui, ó. Cambada de filhos da meretriz (vocês não merecem ouvir o dissílabo chulo, certo? Ninguém merece, né?). Eles e suas foquinhas amestradas na imprensa. Não por acaso estão acabando, e não é a Internet: é a absoluta falta de credibilidade. Lá e cá (tentativa de defender o Cunha só por este prejudicar o governo).
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