Demorou, mas aconteceu: o Partido Republicano está – ou, ao menos, parece – pronto para reconhecer que Donald Trump pode mesmo ser o seu candidato à Presidência.
E não foi nada fácil: desde o começo da campanha, Trump vem sendo atacado duramente pelos seus companheiros de partido – muitas vezes com mais vigor do que pela oposição democrata. Acusam-no de bufão, autoritário, farsante, ditador, fascista, palhaço, falso conservador e até de -pasmem – socialista. Sobram adjetivos e insultos para atacar Donald Trump. Mas faltam votos – o que Trump, segundo todas as pesquisas, demonstra ter. E a eleição, nos EUA ou em qualquer outro país, é decidida dessa forma.
Ao que parece, seus até então ferozes opositores do Partido Republicano perceberam isso. No debate desta quinta-feira, realizado entre os pré-candidatos, ouviu-se pela primeira vez a confirmação de que, sim, apesar de tudo, Marco Rubio, Ted Cruz e John Kasich – os concorrentes para a vaga – apoiarão Trump caso ele seja o candidato escolhido.
A pergunta foi: “Você pode dizer, de maneira definitva, que apoiará o candidato escolhido pelo Partido Republicano mesmo se este for Donald J. Trump”?
Marco Rubio fundamenta sua escolha na ideia de mal menor: do outro lado – o Democrata – ele diz que há uma “investigada pelo FBI” (Hillary Clinton) e um “socialista” (Bernie Sanders); John Karsich, por sua vez, admite que será difícil, mas apoiará quem for o escolhido pelo partido; quanto a Ted Cruz, lembrou já ter dado sua palavra sobre esse tema e que, quando dá sua palavra, ele a cumpre. Ponto final.
Quanto a Trump, aproveitou para protagonizar mais um momento Donald Trump: “Mesmo se não for eu?”, perguntou. No fim, admitiu que, “mesmo que os demais não mereçam”, ele os apoiaria.
Ao que parece, o Partido Republicano está, finalmente, unido em torno de um projeto. Mesmo que não seja aquilo que muitos deles gostariam que fosse.
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