Yassmine, Tiago, Michele e Celso
Um clássico literário pode ser bem definido como aquele livro que permanece ao longo do tempo. E uma das condições de permanência é a capacidade de dizer algo aos homens de épocas e lugares variados. Ou seja: a capacidade de ser lido e relido.
Poucos livros encarnam tão bem esta definição de clássico quanto “Dom Quixote de la Mancha”, de Miguel de Cervantes. É impossível elencar todas as interpretações que a narrativa do Cavaleiro da Triste Figura proporcionou aos leitores desde a sua publicação. Como bem disse Ortega y Gasset, “no existe libro alguno cuyo poder de alusiones simbólicas al sentido universal de la vida sea tan grande”. O Quixote é uma verdadeira matriz de releituras.
A exposição “O Nascimento de um Cavaleiro”, de Yassmine Uequed Pitol, e o curso “Dom Quixote e suas andanças”, ministrado por Celso Augusto Uequed Pitol, Michele Savaris e Tiago Pedruzzi, constituem uma das muitas provas disto. Tanto um quanto o outro partem de leituras possíveis da obra cervantina – e abrem espaço para muitas outras.
O evento foi realizada no dia 1º de julho, última sexta-feira, na Casa das Artes Villa Mimosa, cujos corredores começaram a receber público a partir das 18h20min. Em pouco tempo,o segundo andar do antigo casarão da Rua Guilherme Schell ficaria pequeno para o fluxo de interessados. Muitos tiveram de assistir à cerimônia de abertura do lado de fora da casa e acompanhá-la pela janela.
A abertura da exposição iniciou-se às 18h30, com uma fala muito aplaudida da artista Yassmine Uequed Pitol sobre a obra ali presente, onde externou sua satisfação por existir em Canoas um espaço cultural como a Villa Mimosa. Yasmine falou ainda da maneira como o trabalho foi composto, das técnicas utilizadas e de alguns pontos da narrativa.
Dois itens compõem a mostra: um deles é uma história em quadrinhos distribuída em seis cavaletes, onde é apresentada uma interpretação muito particular para o surgimento de Dom Quixote; o outro é um painel inspirado na famosa Tapeçaria de Bayeux, com a narrativa cervantina substituindo a história da conquista da Inglaterra pelos normandos. Em seguida, falou Celso Augusto Uequed Pitol, responsável pelo roteiro dos dois trabalhos, enfatizando a importância da obra de Cervantes para a cultura ocidental. A exposição ficará disponível na Casa das Artes até o dia 9 de julho.
Feita a abertura, teve início, logo em seguida, o curso “Dom Quixote e suas andanças” no salão de reuniões ao lado, enquanto a visitação orientada prosseguia na sala da exposição. Ao público de aproximadamente trinta pessoas que compunham o público do curso tiveram logo a companhia de duas turmas da Escola Canoas, exigindo da organização a colocação de novas cadeiras, bancos e almofadas no espaço para acomodar a todos. A aula dos ministrantes Celso Augusto Uequed Pitol, Michele Savaris e Tiago Pedruzzi foi marcada pelo dinamismo e pela intensa participação de todos os envolvidos.
O curso segue na próxima sexta-feira, dia 8, em paralelo à exposição. Até lá, espera-se que estas releituras da obra magna de Cervantes motivem outras e outras.
Crédito das fotos: Vinicius Rodrigues e Carol Becker
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