*por Fábio Uequed Pitol
As árvores têm belas características. Proporcionam ao planeta conforto térmico, ar puro, beleza estética e morada para aves. Possibilitam a redução de alagamentos em vias públicas por permitirem a permeabilidade do solo e oferecem abrigo em momentos de climas inclementes do sol. Nada disso sensibiliza o anseio depredador da administração pública de Canoas, que vem se caracterizando pela eliminação constante de árvores nas vias públicas.
No cruzamento da rua Irmão João Maria com a rua Dona Rafaela, em Canoas, havia uma goiabeira saudável e bonita. A árvore trazia um pouco de sombra ao ardor urbano, proporcionava frutos a todas as espécies de vida interessadas e enfeitava a cinzenta cidade. No último mês, a Prefeitura de Canoas removeu a árvore. A ação do poder público municipal agiu no intuito de favorecer uma entidade privada com um monumento em sua homenagem. O monumento poderia ter sido instalado em qualquer outro lugar que não houvesse vegetação na imensa área da cidade deteriorada pela ação humana. A Prefeitura escolheu a pequena área onde vivia aquela árvore.
Talvez a Administração Pública tenha considerado a árvore “inadequada”, como já definiu anteriormente em relação a árvores nativas que existiam na hoje inóspita Rua Dr. Barcelos. Talvez o desejo político de prestigiar a entidade em local privilegiado para a visualização pelo trânsito de veículos tenha sido o motivo da remoção de uma indefesa espécie de vida. Talvez não haja motivo algum: a cidade não tem um plano ou uma política pública de defesa ambiental por parte de seus administradores. Seja qual for o insólito motivo que levou a Prefeitura de Canoas a ceifar a vida de uma árvore frutífera plenamente saudável, quem perde somos todos nós, que saímos mais pobres em tempos difíceis para a compreensão do verdadeiro significado de Desenvolvimento Sustentável. Como dizia Khalil Gibran. “Árvores são poemas que a terra escreve para o céu. Nós as derrubamos e as transformamos em papel para registrar todo nosso vazio.”
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