O clássico Escócia x Inglaterra desta última sexta-feira terminou em 0 x 0. O jogo válido pela Eurocopa teve com apresentação aguerrida dos escoceses e uma atuação abaixo do esperado por parte dos ingleses, que não souberam usar a vantagem de jogar em Wembley a seu favor.
A disputa anglo-escocesa nas ruas de Londres teve um componente literário: um grupo de torcedores da Tartan Army reuniu-se diante da estátua de William Shakespeare, em Londres, e iniciou um canto provocativo:
“A shite Rabbie Burns
You’re just a shite Rabbie Burns”
(tradução livre: “Você é apenas um Rabbie Burns de merda”)
O Rabbie Burns em questão é Robert Burns (Rabbie é o apelido de “Robert” no dialeto escocês), o poeta nacional da Escócia.
Robert Burns nasceu em Ayrshire, na Escócia, em 1759. Sua poesia de recorte nacionalista (era um firme defensor da Independência escocesa) e popular (incluía crítica social e religiosa) faz parte da memória comum de todos os escoceses, que o citam frequentemente em discursos, textos ou celebrações. E seu trabalho atravessou fronteiras: a mais famosa de suas criações, “Auld lang syne”, foi popularizada mundo afora como canção natalina.
Em uma votação popular de 2009, Burns foi escolhido pelos seus compatriotas como o maior escocês de todos os tempos – vencendo até mesmo o líder independentista William Wallace, celebrado por Mel Gibson em “Coração Valente”. Uma glória e tanto. Mas não maior do que ser cantado a plenos pulmões pelos torcedores comuns após um jogo de futebol. Eis a maior prova de que Robert “Rabbie” Burns viverá para sempre.
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